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Aposentadoria e servidores públicos – o que se pode esperar dessa relação?

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A aposentadoria é um tema de grande importância para os trabalhadores brasileiros, especialmente para aqueles que atuam como servidores públicos. Muitos deles têm a expectativa de se aposentar com uma renda garantida pelo Estado, mas a verdade é que a previdência pública tem enfrentado recentemente desafios e incertezas.

Nos últimos anos, tem havido uma discussão sobre a necessidade de reformas na previdência social, incluindo mudanças nas regras para aposentadoria de servidores públicos. Essas mudanças têm gerado preocupações entre os funcionários públicos, especialmente aqueles que já estão próximos da aposentadoria.

Porém, mesmo que não haja nenhuma reforma na legislação previdenciária nas próximas décadas, é importante frisar que a previdência pública não deva ser a única fonte de renda para a aposentadoria de nenhum trabalhador. Na verdade, é fundamental que os servidores públicos, assim como os da área privada, façam investimentos para garantir uma boa renda no futuro.

Uma das principais razões para fazer investimentos hoje, é a incerteza em relação à previdência pública. Mesmo com as mudanças na legislação visando garantir fundo para o pagamento das despesas, não há garantia alguma de que o Estado será capaz de arcar com todos os compromissos com os servidores públicos no futuro.

Outro motivo é que a previdência pública muitas vezes não é suficiente para garantir um padrão de vida confortável na aposentadoria. Dependendo da renda do servidor público e do tempo de contribuição, o valor da aposentadoria pode ser insuficiente para cobrir todas as despesas.

À medida que envelhecemos, existe a tendência de que os nossos gastos fixos aumentem. Aumentam os gastos com remédios, com plano de saúde e uma série de cuidados pertinentes à terceira idade.

Acrescente-se a isso, o fato de que a aposentadoria recebida muitas vezes tende a não ter o mesmo percentual de reajuste quando comparado com os servidores ativos. E, somado à inflação, compromete e muito o poder de compra dos aposentados.

Outro ponto que é importante destacar aqui, são os dados demográficos estimados para o Brasil dentro de algumas décadas. O envelhecimento da população brasileira é um fenômeno que tem ocorrido nas últimas décadas e que tem importantes implicações sociais, econômicas e políticas.

Segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2060, o Brasil terá uma população de cerca de 218 milhões de pessoas, sendo que mais de um terço terá 60 anos ou mais. Ou seja, haverá dentro em breve, um declínio na população ativa economicamente e um aumento expressivo do números de aposentados.

E qual o grande problema da inversão na taxa de pessoas economicamente ativas para a questão da aposentadoria dos servidores públicos? O problema reside no fato da previdência pública brasileira se pautar no esquema de pirâmide, tal qual funciona os esquemas fraudulentos. Para o esquema de pirâmide funcionar é preciso que haja nova entrada de trabalhadores (base da pirâmide) para que os aposentados (topo da pirâmide) continuem a receber os seus proventos. Dessa forma, a base precisa ser sempre maior do que o topo para que o esquema seja sustentável.

A partir do momento em que a taxa se inverte, é como se invertêssemos a pirâmide, o que visualmente sabe-se não funcionar. Assim, com a base menor do que o topo da pirâmide, não existem recursos suficientes para pagar os que não estão mais ativos. Ou seja, o sistema vai falir e não terá como pagar a todos os aposentados.

Por isso, é fundamental que os servidores públicos planejem suas finanças e façam investimentos desde cedo e não fiquem esperando apenas pela previdência pública. Ou ela pode nem chegar, devido às sucessivas alterações e mudanças nos anos de contribuição e na idade mínima, ou pode ser insuficiente para as suas necessidades.

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